"Querida, você tem um coração na garganta"
Minha avó

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Minha vez!

Sei que é abusado (e um tanto irônico) de minha parte arriscar algumas palavras de crítico após postar uma crítica (hoje absurda) sobre um dos melhores livros da minha estante, mas por abusada e irônica que sou mantenho-me no teclado.
Gosto de livros que me desafiem, que ocultem outros sentidos, que não subestimem a inteligência do leitor, mas que, pelo contrário, exijam dela certo esforço. Por isso me irrito quando leio críticas que valorizam justamente aquilo que, na minha opinião, corresponde ao aspecto negativo da obra: o menosprezo pela inteligência do leitor. Não, não é interessante o texto de "linguagem simples e fácil", há que se privilegiar o extremo cuidado com as palavras, com a construção das frases.
Não, não é interessante o que se entende como "literatura pop". Aliás, pelo que tenho lido ultimamente, cheguei à conclusão de que o termo "literatura pop" é eufemismo. Gosto quando percebo que o repertório do escritor não se restringe a bandas de rock.
Por fim, gosto quando fecho o livro, mas este continua em mim, modifica meu olhar, e, por conseguinte, meu mundo. O que, por vezes, pra infelicidade minha, não ocorre, e, quando fecho alguns livros, consigo, no máximo, sentir raiva, raiva de quem o escreveu, de quem o editou, de quem o indicou (geralmente esses tais críticos camaradas!), de quem o vendeu e sobretudo de quem o comprou.
Enfim uma crítica pra não ser levada a sério, apenas o desabafo de uma leitora bolsista (entenda-se aqui, sem dinheiro!) que jogou no lixo 50 reais com livros ruins.

PS: Anônimo, que bom que é você, seu doce e eu o aguardamos neste final de semana aqui em casa, prontos a cometermos um crime!

sábado, 25 de julho de 2009

Dou um doce

pra quem descobrir a que obra o crítico, cujo nome é mais um entre tantos, se refere:

"A obra do (((( é deficiente, senão falsa, no fundo, porque não enfrenta com o verdadeiro problema que se propôs a resolver e só filosofou sobre caracteres de uma vulgaridade perfeita; é deficiente na forma, porque não há nitidez, não há desenho, mas bosquejos, não há colorido, mas pinceladas ao acaso"

(a.p. - acho que já li algo muito parecido em algum lugar)

Resposta nos próximos capítulos

Pra não esquecer: meu blog está na lista de blogs da Ediciones Irreverentes, entre aqui e conheça também outros tantos blogs e sites bem interessantes

domingo, 5 de julho de 2009

Conto a quatro mãos




O conto iniciado por mim e continuado por Débora (responsável também pelo título) agora nas Narrativas do Espólio. Pra quem não se lembra, é esse aqui

Estava me sentindo bem naquela manhã. Uma espécie de alegria sincrônica, um rombo no peito simultâneo ao que me dessem como garantia de vida naquela manhã. Certa música que ouvisse antes de ligar o rádio, de fato. Uma frase dita, antes que alguém pensasse em abrir a boca. Uma ligação importante concomitante (odeio esta palavra!) ao meu desejo de ser importante. “Não pode ser tão perfeito!”, pensei. Não estava acostumada com qualquer felicidade isenta de esforço. Sempre desconfio da alegria espontânea.

Tranquei meu quarto, já inclinada à bondade. Aproveitei meu café da manhã com a boca mais doce, receptiva, distraída ante uma felicidade por se roubar. Mastiguei macio o pão amanhecido, mergulhado no café frio. Rumo à loja onde trabalho, larguei-me no confortável movimento de minhas pernas. Que sensação, por Deus!

Os rostos cansados bocejavam duvidosos, qualquer esboço de felicidade era incompatível com um metrô abarrotado de desilusão. Encaravam-me solitários e céticos. Estiquei meu sorriso, como uma afronta.[...]